Ponte sobre o Rio Caeté será interditada devido a risco estrutural; nova construção levará 18 meses

A ponte sobre o Rio Caeté, localizada no km 10 da BR-364, em Sena Madureira, no interior do Acre, será interditada até o próximo sábado (18), conforme informou o Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes (Dnit). A decisão foi tomada após estudos e monitoramento realizados nos últimos 15 anos, que identificaram um deslocamento de 2,5 metros na estrutura. Esse deslocamento compromete a estabilidade da ponte, colocando em risco a segurança dos veículos que trafegam pela região.

De acordo com Ricardo Araújo, superintendente do Dnit no Acre, a queda da ponte Juscelino Kubitschek, que conectava os estados do Tocantins e Maranhão, serviu como um alerta para reforçar a atenção às estruturas em risco no estado. "O Dnit é responsável por mais de 4 mil pontes em todo o Brasil. Algumas foram classificadas por nível de risco, e essa ponte foi categorizada como risco 1, que é o maior. Isso se deve ao deslocamento detectado, que é um problema estrutural. Diferentemente da ponte do Maranhão, que era de concreto, a ponte do Rio Caeté é metálica e possui uma estrutura mista", explicou.

A Portaria nº 136, publicada em 8 de janeiro, destacou uma nova movimentação do talude na margem do Rio Caeté, que exerce maior pressão sobre os apoios da ponte. "Com base no histórico de monitoramento e na situação atual, a ponte pode comprometer seriamente a segurança dos usuários que trafegam pelo trecho", aponta o documento.

O superintendente também revelou que o monitoramento na ponte foi intensificado desde 2022, quando foi decretada a primeira situação de emergência. A partir de 2023, técnicos especializados foram chamados para realizar levantamentos detalhados sobre as condições da região. "Identificamos dois platôs embaixo da ponte, um do lado de Sena Madureira e outro na margem oposta, ambos apresentando movimentos de terra. Além disso, há uma fenda no local, e, embora o pilar não tenha afundado, ele se desloca horizontalmente, avançando 2,5 metros em direção à outra margem, o que aumentou a largura da estrutura. Somente entre setembro e novembro de 2024, detectamos um deslocamento adicional de 5 centímetros", detalhou Araújo.

Diante dessa situação, não é possível realizar reparos paliativos. "A ponte não oferece condições seguras para o tráfego. A solução definitiva será construir uma nova ponte. A estrutura metálica da ponte atual será desmontada e poderá ser reaproveitada em outra região do país", afirmou o superintendente.

Para garantir o acesso rodoviário entre os municípios de Sena Madureira, Manoel Urbano, Feijó, Tarauacá e Cruzeiro do Sul, o Dnit já disponibilizou uma balsa com capacidade de 300 toneladas no local. Além disso, será instalado um pontilhão em ambos os lados do rio, e o Exército está avaliando a possibilidade de ceder uma ponte metálica temporária para veículos leves. Durante o verão, a balsa será adaptada para funcionar como uma ponte provisória, permitindo dois sentidos de tráfego simultaneamente.

A construção da nova ponte deverá levar pelo menos 18 meses, com previsão de licitação para junho. "Esse é um caso de emergência. Por isso, priorizaremos os procedimentos necessários para iniciar a obra o mais rápido possível, garantindo a segurança de todos que utilizam essa rodovia", afirmou Araújo.

Ele também destacou que o uso da balsa será gratuito, pois os custos já estão sendo cobertos pelo Dnit. "Não haverá cobrança para quem utilizar a balsa. Estamos trabalhando para melhorar o acesso ao local, criando um novo trajeto mais à direita, com menos pedras, para evitar que a balsa encalhe", finalizou o superintendente.