A Prefeitura de Rio Branco voltou a ser alvo de discussões após uma série de nomeações que envolvem parentes e pessoas próximas a membros do alto escalão da gestão municipal. A mais recente delas é a de Adriele do Nascimento Pinheiro para o cargo de Chefe da Divisão de Saúde da Mulher, no Departamento de Ciclos de Vida da Secretaria Municipal de Saúde (SEMSA). A nomeação foi oficializada pelo Decreto n° 657, de 13 de fevereiro de 2025, mas com efeitos retroativos a 5 de fevereiro.
O que chama atenção nesse caso é que Adriele Pinheiro é namorada do secretário de Comunicação da Prefeitura, Ailton Oliveira. Essa não é uma situação isolada: diversos familiares de figuras-chave da administração municipal também foram nomeados para cargos estratégicos.
A própria esposa do prefeito Tião Bocalom, Kelen Rejane Nunes Bocalom, ocupa o cargo de chefe de gabinete da Prefeitura de Rio Branco, com um salário que pode chegar a R$ 28,5 mil. Já Raul Hernandez de Souza Luz, filho do secretário de Assistência Social e Direitos Humanos, João Marcos Luz, foi nomeado assessor técnico na Superintendência Municipal de Transportes e Trânsito (RBTrans). Seguindo a mesma lógica, Alexandre Augusto de Melo Vilas Boas, filho do superintendente da RBTrans, Clendes Vilas Boas, também garantiu um posto na Secretaria Municipal de Assistência Social e Direitos Humanos.
As nomeações reacendem o debate sobre a prática do nepotismo na administração pública. Ainda que a legislação permita a indicação de familiares para cargos comissionados, o princípio da impessoalidade previsto na Constituição Federal levanta questionamentos sobre a ética dessas escolhas. A prática de nomear parentes e pessoas próximas para funções estratégicas pode comprometer a transparência na gestão pública e levantar suspeitas sobre a real meritocracia nesses processos.
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