Em 19 de abril, celebramos o Dia dos Povos Indígenas — uma data dedicada a reconhecer a riqueza cultural, a sabedoria ancestral e a resistência histórica das nações originárias do Brasil. No Acre, berço de uma das maiores diversidades étnicas do país, essa celebração ganha ainda mais significado à luz das políticas públicas e das ações de saúde que vêm sendo implementadas para reduzir desigualdades e garantir atendimento digno.
Além de ações estruturais e de acolhimento, parcerias estratégicas vêm fortalecendo a assistência em saúde indígena. Em setembro de 2024, a Força Nacional do Sistema Único de Saúde (FN-SUS) realizou visita técnica ao estado, avaliando dados epidemiológicos e a capacidade de resposta da rede diante dos impactos das queimadas. Em articulação com os Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) e as secretarias de saúde estadual e municipal, a ação reforçou a logística de abastecimento de água, alimentos, medicamentos e vacinas para as comunidades.
Outro exemplo de cuidado humanizado vem do trabalho realizado pelaFundação Hospitalar Governador Flaviano Melo (Fundhacre), que, em janeiro de 2024, entregou aparelhos de TV à Casa de Apoio à Saúde Indígena de Rio Branco (Casai), promovendo momentos de lazer aos pacientes durante o tratamento. A Casai, referência para 155 aldeias dos DSEIs Alto Rio Purus e Juruá, atende mensalmente entre 80 e 100 pacientes com serviços de enfermagem, nutrição, fisioterapia e assistência social — oferecendo um cuidado abrangente e acolhedor.
Esses esforços também se estendem à atuação conjunta com as Forças Armadas. Em março de 2025, a Marinha do Brasil, por meio do Navio de Assistência Hospitalar Doutor Montenegro, levou atendimento médico a comunidades indígenas isoladas, como a etnia Ashaninka. A operação somou mais de 3 mil atendimentos médicos e odontológicos, distribuiu 150 mil medicamentos e realizou mais de 400 mamografias — essenciais para a prevenção e o diagnóstico precoce do câncer de mama em regiões de difícil acesso.
Diante dos desafios geográficos da região, a rapidez no atendimento emergencial é garantida por meio dos resgates aeromédicos. Missões realizadas com o helicóptero do Centro Integrado de Operações Aéreas (Ciopaer), em parceria com o Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (SAMU), têm sido fundamentais para a remoção imediata de pacientes em estado crítico — especialmente crianças e gestantes — que, de outra forma, enfrentariam longas jornadas por rios e trilhas até os centros de saúde. Essas ações salvam vidas, reduzem complicações e ampliam o alcance da assistência em áreas remotas.
Esses núcleos representam uma conquista importante para garantir um atendimento humanizado e alinhado às especificidades culturais dos nossos povos originários. Estamos empenhados em avançar com a habilitação de todas as unidades e ampliar o acesso à saúde de forma integral e resolutiva em cada território indígena do Acre.
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