Em meio à crescente popularidade dos jogos eletrônicos como ferramenta educativa e cultural, o Acre lança um projeto que une tecnologia, história e identidade regional. "Ouro Branco", um game 2D de sobrevivência desenvolvido no coração da Amazônia, propõe mais do que diversão — ele convida o jogador a reviver os desafios enfrentados pelos soldados da borracha.
O lançamento oficial do jogo acontece neste sábado, 26, às 15h, no Teatro do Museu dos Povos Acreanos, em Rio Branco. Mais do que um evento de estreia, trata-se de um marco para a valorização da memória histórica acreana e para o fortalecimento da economia criativa local.
"Ouro Branco" foi desenvolvido pela empresa Andes Comunicação, que já atua no mercado internacional com produções audiovisuais, games e criações em NFT. Financiado pelo edital audiovisual nº 006/2023 da Fundação Elias Mansur (FEM), com recursos da Lei Paulo Gustavo, o jogo é resultado de um movimento crescente no estado que busca transformar cultura em tecnologia e inovação.
No game, o jogador assume o papel de um seringueiro durante o ciclo da borracha, enfrentando os perigos da floresta amazônica enquanto precisa coletar e comercializar o látex. Com fases desafiadoras, a narrativa propõe uma imersão nas condições adversas da época — um verdadeiro retrato interativo das lutas vividas por milhares de brasileiros enviados à Amazônia.
A proposta de "Ouro Branco" vai além da jogabilidade. Ele foi concebido também como recurso pedagógico, podendo ser integrado ao ensino de História e Geografia em escolas, especialmente da região Norte. Com isso, o game oferece aos alunos uma nova forma de aprender sobre sua terra natal — não apenas nos livros, mas por meio da experiência no ambiente digital. Essa abordagem inovadora contribui para o fortalecimento da identidade regional, promovendo a valorização de personagens frequentemente esquecidos pela narrativa oficial da história brasileira.
Outro ponto de destaque é o compromisso com a acessibilidade. “Ouro Branco” foi desenvolvido com múltiplos recursos para garantir a inclusão de pessoas com deficiência. O jogo conta com opções como ampliação de tela, alto contraste para pessoas com baixa visão, tradução em Libras, legendas, transcrição textual e audiodescrição. Esse cuidado reforça a proposta de um entretenimento inclusivo, onde todos possam fazer parte da experiência, independentemente de suas limitações físicas ou sensoriais.
De acordo com os desenvolvedores, jogos como "Ouro Branco" são potentes aliados no desenvolvimento de habilidades cognitivas e emocionais. Através das fases e dos desafios propostos, os jogadores exercitam atenção, raciocínio lógico, planejamento estratégico e tomada de decisões — habilidades fundamentais não apenas no universo digital, mas também na vida cotidiana.
Com “Ouro Branco”, o Acre se projeta como um polo emergente na indústria dos jogos eletrônicos, provando que a inovação pode caminhar lado a lado com a preservação da memória. O jogo não é apenas uma conquista técnica — é um ato de resistência cultural, uma maneira criativa de contar a história que não pode ser esquecida.
A iniciativa abre caminhos para que mais projetos combinem arte, educação e tecnologia em prol do desenvolvimento regional. E, para os jogadores, é uma oportunidade de embarcar numa jornada imersiva, onde cada missão é uma homenagem à coragem dos soldados da borracha.
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